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domingo, 24 de abril de 2011

Mais que Ovos e Coelhinhos



Desejo um dia feliz para todos.
Para os ateus e os cristãos e os pagãos e judeus e os mulçumanos e os budistas e ... os todos os seres humanos que procuram uma Passagem para uma vida mais irmã.
Tenho fé na força das pessoas que criam. Tenho confiança nas pessoas que agem. Tenho esperança num futuro construído por pessoas conscientes.
Saber de nossa finitude significa lembrar que as transformações, ou passagens, às quais estamos sujeitos, nos tornam responsáveis. Pelo que somos e pelo que nos tornamos. E pelo que deixamos.
Que nossa passagem deixe marcas.
De bondade, de tolerância, de solidariedade e de alegria.
Boa Páscoa e, que lá na frente, nossa transformação seja um desabrochar.
Como flores.
Como metamorfose de borboletas.
Como ovos eclodindo vida!


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Fulô e Cia



Qualquer um que tenha ou já teve um cachorro é privilegiado.
Isso significa ter sido amado e idolatrado, salve, salve!
Incondicionalmente amado: com mau hálito, despenteado, bravo, chorando, pagando mico ou posando de herói.
Dono de cachorro (na verdade, eles é que são nossos donos) é O Cara!
Quem nunca descreveu seu cachorro: Só falta falar!
Pois a Fulô, essa coisinha aí da foto, não falta. Ela fala mesmo! Bate longos papos com a gente. Meio uivo, meio latido, ainda vou aprender essa língua. Ela já aprendeu a nossa: toma e passear são as suas palavras favoritas.
Quando a Isabela começou a ensinar alguns truques (senta, deita, rola) ela só faltou cantar o hino nacional: faz qualquer coisa por um petisco - inclusive sentar, deitar e rolar, tudo junto e ao mesmo tempo. Aprendeu também o idioma dos objetos pois entende direitinho o que significa o barulho de afiar a faca, de pegar a tábua de carne (será por que?) e de pegar a coleira.
O mais impressionante é a total ausência de censura. Ela não tá nem aí... arrota, lambe, enfia a cara por todo lugar. Atropela o gato, voa no pescoço do Fritz (seu marido), pula no colo da gente, deita na cama, arranha a perna de quem está sentado comendo... Educação, zero. Em compensação, é companhia para todas as horas,minutos e segundas (intenções).
Preguiça nula. Se eu levantar 347 vezes de onde estiver sentada ela levanta junto e me acompanha. Nem adianta falar que eu não demoro... ela não se importa.
Adora dar susto na gente! E enganar o Fritz. Finge que escuta alguma coisa muito importante, late, sai correndo e o bobo vai atrás. É pura mentira... eu chego a ver seu riso de deboche.
Uma veterinária chegou a comentar que nunca tinha conhecido cachorra mais feliz.
Ela não percebeu que felizes somos nós, que convivemos com tamanha ternura!



O Fritz, é de outra natureza. Nós o encontramos na rua. Uma sujeira tremenda... Ele nos escolheu. Entrou na nossa vida meio por acaso. Parece que está sempre pedindo licença e desculpa. Um anjo com quatro patas, peludo e humilde. Detesta o Ferdinando, mas não reage nem quando o danado do gato bate nele. Sabe que eu não aprovaria uma agressão. É doce e bonzinho.




O Ferdinando compete com a Fulô em atrevimento. Só que nele tudo é pensado. Um verdadeiro calculista. Ensaia os movimentos e escolhe só os mais elegantes! Pensa se vai aceitar ou não um pedaço de carne... na maioria das vezes, despreza olimpicamente.
- Vê seu eu vou me rebaixar a tanto! Eu como na hora que EU quero...
Mas entrega seu lado carente: vai chegando devagar e deita perto de mim na cama. E dorme... como dorme!
Educado por demais, bebe água com calma, come com calma, mia languidamente.
E a vida aqui em casa vai seguindo. Em ótima companhia.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Frigir dos Ovos



Hoje, fica a dica do Beto Magalhães, primo querido e divulgador-mor do Só Se For Com Queijo.
Quem souber da autoria, é só por a boca no trombone... que a gente coloca os pingos nos iii - para sair do assunto comilança!

Pergunta:
Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão "no frigir dos ovos"?


Resposta:
Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa.
E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas.

Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.
Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos.

Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas, como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese... etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.

O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.

Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco... Já ia me esquecendo, quem tem olho grande não entra na China.

A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois, quando se junta a fome com a vontade de comer, as coisas mudam da água pro vinho.

Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.
Entendeu o que significa “no frigir dos ovos”?



Beijo, Beto!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Escrever colorindo





Pegue 3 espelhos de 15 X 4 cm aproximadamente.
Junte-os na forma de prisma com a parte espelhada para dentro.
Pera aí... Para tudo!
Vou dar passo-a-passo não. Brincadeira!
É que o assunto hoje, é caleidoscópio.
Um artefato fascinante, lindo e surpreendente que muda e transforma irrepetíveis, coloridos e brilhantes padrões.
O assunto também pode responder quando o Frederico e a Isabela ficam me perguntando por que eu mantenho o Só Se For Com Queijo, com seus 30 imutáveis seguidores (sendo que, por incompetência minha, 3 deles sou eu mesma! Hehehe).
Então está aí. O blog para mim funciona como juntar 26 pedrinhas mágicas e alguns acessórios (... : ; ! ? - " ") e criar um mundo de cor, sonho e forma. Pintar um quadro com o presente e com o passado (esse meu refúgio que por mais triste ou confuso tenha se mostrado, foi meu e dele saio inteira: sobrevivi).
Além de tudo, esse caleidoscópio eu posso compartilhar. Posso alegrar ou comover. Posso despertar lembranças ou estimular decisões.
É um espaço querido, onde recebo olhares e carinhos que a nossa correria diária não permite. Mantenho contato, convivo.
Aos meus 27 seguidores e aos que com eles me fazem companhia na minha "arte", beijos de 'muito obrigada '!...!"!..."! (só para enfeitar...).

sábado, 9 de abril de 2011

Coisas



No mundo existem pessoas, animais e coisas.
As coisas podem ser, coisas que ocorrem: "Me aconteceu uma coisa estranha...", ou coisas...coisas: "Me passe essa coisa aí."- que para nós, mineiros, pode ser traduzida por 'trem' - e coisas sentimentos: "Nunca senti uma coisa tão forte!".
Coisas, pessoas e animais se juntam e passam a ter o nome de causas e consequências.
E aí, as coisas começam a complicar.
Como separar e descobrir o que é um, o que é outro?
O que é um beijo? É a causa de uma paixão ou a consequência de um encantamento?
A reprovação no final do ano é a causa de lágrimas ou a consequência da falta de compromisso? A fé que cura, a crença que destrói.O que causa a guerra? Quais os frutos da ambição? A escravidão provocou a miséria, mas o que trouxe à escravidão?
O macaco veio antes, persiste durante mas, existirá depois do homem?
Acredito piamente que uma das minhas maiores missões é mostrar para a Isabela e o Frederico que tudo, tudo mesmo, tem uma razão. E, principalmente, tem um efeito em nossas vidas. E que temos em nossas mãos a responsabilidade de escolher, porque depois disso feito, o resultado terá, obrigatoriamente, a cara, a voz, o toque, a cor, o som e o sabor da nossa escolha.
A minha cara feia e o meu sorriso fecham e abrem portas. A minha mão estendida levanta ou empurra. O fogo incendeia e assa. O vestido cobre e desnuda. O professor que grita e o pedreiro que ensina. O gato que espreguiça e o touro que chifra. O átomo que cria a vida e Hiroshima. Os amigos amparam e colegas podem ferir. O poder que distribui e o que rouba.
As pessoas, os animais e as coisas. Estão todos aí.
Qual a qualidade dos laços que os unem?
Qual será, meu Pai, a minha herança? Que coisas marcarão o meu legado?
A flor, o cão, a risada, a confiança.
O breu, a ira, a humilhação e lágrimas amargas.
Quantos plantarão um bebê sorrindo num parquinho ensolarado?
Quantos colherão uma arma avermelhando os uniformes?

sábado, 2 de abril de 2011

Inseparável




Ela me espreita do canto do quarto. Fica com o olho comprido e quando eu menos espero... vupt: Pula no meu cangote e me esgana o pescoço.
Às vezes, fica debaixo da mesa. Como quem não quer nada, passeia por ali e, num instante já me pula no colo.
Algumas ocasiões, fica gritando no meu ouvido. Outras, me sussurra como em um sonho. Anda dentro da minha bolsa, compartilha a escova de dente. Senta perto de mim na poltrona e até frequenta a bancada do computador.
Escandalosamente me recorda as falhas. Não me polpa de sua presença nem nos finais de semana ou feriados. Quando eu acho que tirou umas férias, era fingimento... "olha eu aqui 'traveiz'".
No trabalho, costuma me esperar dentro da gaveta ou até mesmo em cima da mesa, ó que ousadia! Na sala de aula, fica dentro do caderno, igual àquelas flores secas que a gente costumava guardar de recordação.
Sai de dentro do saleiro, na cozinha. Ou da lata de leite condensado. Adora ocasiões especiais e festas. Nessas horas, já achei a danada na espuma do chopp e até mesmo debaixo de um granulado do brigadeiro. Normalmente do oitavo. Ou décimo quinto... sei lá.
Já me perseguiu no shopping. Livraria, então! É infalível.
À noite, quando eu vou beijar os meninos adormecidos, ela fica pairando sobre a cama.
Quando estou atrasada. Quando estou com raiva. Se eu sinto preguiça ou mesmo se estou muito feliz. Ela arranja qualquer pretexto. Só não me deixa.
Me aponta a pobreza. Me mostra o desperdício.
Me sacode no sono, às vezes de madrugada!
Late junto com os cachorros, quando eu chego tarde, à noite.
Mia com o gato, pela manhã, pedindo comida.
Me acusa cheia da terra que ressecou nos vasos das plantas.
Me repara a roupa larga, me chama a atenção para as unhas sem esmalte e a cara lavada.
Fica horrorizada com meu comportamento tão... povão! Rosna para minhas atitudes politicamente incorretas. Joga o dicionário e a gramática na minha cara.
Se intromete no banheiro e na minha conta corrente.
É atrevida, irônica, maldosa e, principalmente, não tem cerimônia alguma.
Eu já tentei penitências, indiferença, terapia. Antidepressivo, torta de chocolate e até jejum. Já implorei, fiz ameaças e até arrisquei um pacto. Mas não tem jeito.
Essa culpa não me larga.