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segunda-feira, 27 de junho de 2011

100.ª!!!




Essa é a postagem n.º 100!!!
Acredite quem quiser (EU), consegui manter um projeto por todo esse tempo.
Quem me conhece sabe da dificuldade que tenho em persistir.
Tirando o que é essencial, não consigo me manter por muito tempo nas coisas.
Tenho tantos e tão diferentes interesses que me disperso constantemente. É sem querer, mesmo. Quando vejo, já deixei para trás um hábito, já perdi contato com alguém, já venceu um prazo, já perdi uma oportunidade.
Às vezes, consigo resgatar, às vezes, não.
Talvez o motivo do blog estar "durando" tanto seja a importância que é, para mim, manter as lembranças e as querências.
Se tem uma coisa essencial, é essa tal de afetividade.
Me apego ao passado? Sim, pois ele explica meu presente e está tão cheio de tesouros, de preciosidades.
Me apego às pessoas? Sim, mesmo quando, aparentemente, me desligo delas. Cada qual faz parte desse quebra-cabeças que estou a montar.
Adoro histórias, aprecio conversas preguiçosas, gosto de lembrar, me agrada escrever. Então, junto tudo isso aqui e vamos indo...
Não é sempre que se tem a oportunidade de pescar um momento lá do fundo da alma e trazê-lo pra superfície.
Este é um exercício muito bom, me aquece, nesse inverno!
Assim como me refrescou no verão passado, a lembrança leve de uma piada antiga ou de uma recordação encabulada.
Uma palavra solta, um som ouvido sem saber de onde, um cheiro, um sonho, me ligam o recordômetro... Eu viajo e mesmo quando, infelizmente, muitas vezes, não consigo escrever na hora, viram laços que vou deixando por aí e que, subitamente, se ligam a outros e me trazem pra cá, onde pinto e bordo uma paisagem tão querida!
Se alguém compartilha comigo dessa vista, a companhia é muito benvinda.
Cada comentário me ilumina o dia. É uma força para continuar.
Então, por 100 vezes abri uma brecha na vida e espiei o que já foi.
Em 100 ocasiões marquei um X no (meu) importante.
E... pela centésima vez eu digo aos que me acompanham: valeu e está valendo!


domingo, 12 de junho de 2011

ELA!



Nós sempre combinamos.
Como o pardal combina com o bodoque!
Não sei se porque ELA era a caçula e recebia toda a atenção.
Ou se porque ELA conseguia tudo que queria.
O que eu sei é que foi por causa dELA que eu apanhei um bocado!
(Claro que eu tinha a tendência de ignorar que não era legal pegar um tanto de lama e jogar na cabeça dELA e dizer:"Olha o cocô da vaca").
Normal.
Ou será porque sempre que tinha uma festa, quem fazia uma birra federal e acabava indo dormir na casa de uma tia? Sim, Amigo Leitor. ELA!
Talvez um ciuminho básico porque no aniversário dELA (praticamente gêmea com Santo Antônio) tinha comida típica, canjica e etc.?
Óbvio que rolou muito bate boca, ironia e de uma voar nos cabelos da outra! Inveja porque ELA tinha um cabelo lindo e o meu era uma b... ?(complete com aquilo que você está pensando).
Normal. - De novo?!
Pode marcar TRA (Todas as Respostas Anteriores, para quem nunca fez prova de múltipla escolha).
Mas o importante é que no meio disso tudo emergiu uma admiração.
Em algum momento despertou o respeito.
Depois, veio gratidão.
E carinho, sim, apareceu também.
De repente me dei conta de que alguém aí amadureceu, cresceu, batalhou, venceu!
Sei lá, parece meio esquisito ficar elogiando, assim... mas, fazer o quê?
ELA merece, né?
Adriana, PARABÉNS!!! Feliz Aniversário!
Custou, mas você conquistou uma fã!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Afinidade é...




Estou numas de reaproximação com pessoas que participaram - prazerosamente - da minha vida. Lembranças e planos mil. E nos blablablas do Facebook e nas navegâncias da blogosfera, caí de cabeça aqui. E foi assim que "chupei" esse texto que só tem(!) haver com o momento:

"A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavra. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com.
Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.

Sentir com, é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar. Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Só entra em relação rica e saudável com o outro, quem aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar, não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é. E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso. Isso é afinidade.

Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona.
Questionamento de afins, eis a (in)fluência.
Questionamento de não afins, eis a guerra.

A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele. Independente dele. A quilômetros de distância.
Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar, por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.
Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos, veremos ou falaremos.

Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem para buscar sintomas com pessoas distantes, com amigos a quem não vemos, com amores latentes, com irmãos do não vivido?

A afinidade é singular, discreta e independente, porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação exatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas nem pelas pessoas que as tem.

Por prescindir do tempo e ser a ele superior, a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente. Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós, para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes.

Sensível é a afinidade.
É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau, porque o que define a afinidade é a sua existência também depois.

Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir restituir o clima afetivo de antes, é alguém com quem a afinidade foi temporária. E afinidade real não é temporária. É supratemporal.

Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta, ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade. A pessoa mudou, transformou-se por outros meios. A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas, plantios de resultado diverso.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças, é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, quantos das impossibilidades vividas.

Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou, sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais, a expressão do outro sob a forma ampliada e refletida do eu individual aprimorado."
- Arthur da Távola -


E é assim!

sábado, 4 de junho de 2011

Da Licença?


Meu quase meio século de vida trouxe um pouco de experiência, autoridade e sabedoria...ou quase isso. O que eu vivi, aquilo que provei e tudo por que passei deixaram marcas e me fizeram o ser político que sou, a mãe possível que sou, a mulher mais ou menos que sou e por aí afora. Tento entender a sociedade em que vivo - sem muito sucesso, procuro contribuir para a preservação do planeta e busco ser pragmática no meu cotidiano, pero sin perder la ternura. Principalmente, estou atenta à dor e à delícia de ser o que sou.
Mas, pôxa, da licença de conversar bobagens de vez em quando?
Da licença de ter uma certa breguice?
E daí se ponho uma foto engraçada no Facebook?
Da licença de ter ataque de riso?
Da licença de chorar quando vejo um filme, comercial de cachorro ou ouço uma música especial?
Que importa se eu converso com qualquer um e se cumprimento quem eu não conheço?
Da licença de sentir melancolia e de ter saudade de outros tempos?
Qual é o problema de ser piegas?
Ser de "esquerda", ofende?
Da licença de trocar o salão de beleza por um livro?
E defender minhas ideias, pode ser?
Da licença de gostar de jiló?
Da licença de a-do-rar chocolate?
(Mas não juntos)
Posso escolher ser vegetariana?
É permitido tomar "umas" de vez em quando e ficar "altinha"?
E querer comentários no blog, pode?
(Isso é um recado, gente, comenta aê!)
Da licença de querer assistir 2 filmes, um atrás do outro?
Da licença de detestar novela?
Da licença de não ter carro e não saber dirigir?
Da licença de perder as estribeiras de vez em quando?
É pecado duvidar?
Algum problema em ter algumas certezas?
Da pra gostar de bicho, ou não?
Provavelmente não estarei aqui para comemorar meu centenário de nascimento, o que será uma pena!
Por isso, por muito mais que isso, da licença de eu ser eu e tentar ser feliz?

Foto: Gentileza da Leninha, tirada em maio de 2010.