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domingo, 11 de setembro de 2011

Espetáculo


Cada um que nasce recebe seu dom de se fazer ser.
Para encarar o compromisso nada de coragem, de sensatez, de confiança ou loucura pode ser desperdiçado.
Cada pedaço da vida pede ousadia:  para seguir com devoção ou  liderar com energia, para inventar ou adaptar, para permitir ou negar, porque não há ensaio. A vida é ao vivo (dã)!
E cada um interpreta o script do seu jeito:  Só não há espaço para canastrões, aqui. 
A platéia é implacável; a crítica, formidável e o pagamento, imprevisível.
Mas o espetáculo, mesmo,  acontece sorrateiro nos bastidores. É na solidão do backstage  que, junto ao espelho, você descobre seu rosto. E  ao comparar a atuação com a sua verdade,  marca pontos quanto mais se aproximam.
Quanto eu me pareço comigo? Não é fora de mim que a resposta espera.
Não posso querer contentar a assistência inteira. 
Há quem pede comédia no meio do meu drama, e vaia.
Há quem quer suspense quando eu sou clown, e apupa.
Até na minha tragédia existe gargalhada.
Então, é vã a minha busca pelo aplauso unânime e inútil esperar qualquer estatueta.
Minha missão é escrever cada ato e me tornar digna do papel.
Se eu me reconhecer já é suficiente.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pretéritas Delícias



Faz muito, muito e demasiado tempo que uma doçura não se dissolve - nuvem de coco - no céu da minha boca deliciada.
Obra das artes do Papai, quem diria, virado em doceiro finíssimo.
A Mamãe dava o ponto. Mas quem mais teria braços para "puxar" as balas, trabalho pesadíssimo?
Explico: As balas delícia da minha infância quem fazia era o Papai. Nós ficávamos lá, enchendo a paciência, querendo ajudar (mas atrapalhando), sentindo o cheiro fabuloso e salivando como estou agora.
A receita é simplíssima: leite de coco e açúcar.
Modo de fazer, moleza:
1)  é preciso uma panela bem grossa. Lá em casa usava-se a panela de pressão;
B) é proibido mexer. (Senão açucara, e o trabalho, ingredientes e expectativas, bau bau!);
3.º) é necessário despejar no mármore untado com manteiga.
IV) mas o pulo do gato, o X da questão, onde a porca torce o rabo, o vamos ao que interessa, é o ponto. A hora certinha de tirar o doce da panela.
Five) Força no muque, porque agora é pegar aquela "massa" quente, amarela e dura e, esticar, dobrar, juntar; esticar, dobrar, juntar;  esticar e dobrar e juntar ( o Papai dizia, puxar) até que ... mágica: vai ficando elástica e branquinha. Então é dar uma torcidinha básica - questão de estética, saca?
Depois disso, é  cortar com tesoura (dava até calo nos dedos!), esperar secar (ou não), embrulhar nos papéis de seda com as extremidades desfiadas e se esbaldar!
O nome corresponde ao fato: Delícia!
E me provoca uma saudade tão grande!
Servidos?