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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Novo




Em 2013 ela estará disponível para os abraços, para as mãos oferecidas e para A Ventura em construção. A primeira luz do novo ano iluminará seu peito aberto. Suportará com a mente ávida (envoltório do corpo pronto a experimentar atitudes inéditas) os sentimentos – até então, apenas vislumbrados. Seu olhar, amigo de inaugurar paisagens, guiará sua boca, A Devoradora, rumo às novidades da vida, mãe de todas as possibilidades. Nascerá junto com o ano e aprenderá, a qualquer custo, a repelir os preconceitos e os vícios do passado: acalentará apenas as lembranças às quais puder ser grata. Ela acredita que nenhum ano traz o novo, senão aquele que ela puder ser. Na verdade, ela nem precisa esperar o ano novo chegar. Ela já começou a ser O Novo e o ano, se quiser, a acompanhe.

Só pra constar: Ela está na maior empolgação!

Imagem: http://maria-mole.com/blog/

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Então não é Natal



Se alguém está sendo torturado por suas crenças.
Se há discriminação pela cor da pele ou por orientação sexual.
Se alguma mulher é abusada.
Se um idoso qualquer está sendo desrespeitado.
Se algum animal é espancado.
Se por ser gordo demais ou magro demais ou "feio" demais, alguém é ridicularizado.
Acaso alguém tem a casa invadida.
Ou se alguma criança precisa se prostituir.
Se há quem é obrigado a dormir na rua.
Se um povo está sendo expulso da sua terra.
Se calam alguém à força.
Se alguém sofre injustiça.
Ou se alguma criança chora de fome...
... Então não é Natal para alguém.









terça-feira, 18 de dezembro de 2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

Convite para uma festa virtual



Mais um dos 2.301 dias, ou seja, 328 semanas, sem a sua presença. Não é que eu tenha ficado fazendo as contas. É que foi criado um tal de Google que acha qualquer coisa que se queira.  Menos você, Papai. Você, a gente só acha bem dentro da gente. E acompanhado de risos, uma cerveja gelada, pimenta? “Aff, Maria! Só se for com queijo!”.
Nesse tempo todo, a saudade não diminuiu. O amor não diminuiu. A lembrança, também não.
Eu, inclusive, me lembrei de quando era uma criança e adorava inventar lugares inéditos para dormir. Já dormi dentro de uma banheira, na casa da vovó Geni. Já dormi dentro de gaveta de cômoda. Já dormi dentro de uma caixa que era usada para guardar roupa de cama  -dentro- e passar roupa à ferro -em cima- e que eu deixei queimar num dia em que fomos para Santa Luzia (na época chamávamos Frimisa) para visitar a tia Neuza. É que eu queria passar um lenço. Liguei o ferro só pra isso. E quando chegamos em casa, já de noitinha, sentimos o cheiro de queimado. Milagrosamente a casa não incendiou, mas o ferro deixou um buraco, no seu formato perfeito, na tampa de madeira da caixa, em todas as roupas que estavam no seu caminho  e na base da caixa. Só parou ao chegar ao chão! Pois a cada ideia “sensacional” que eu tinha de lugares para variar o sono, o Papai me apoiava. Sob os protestos inúteis da Mamãe, ele forrava com mil colchas, lençóis e cobertores, até ficar bem confortável. E lá ia eu, toda pimpona, inaugurar uma nova maneira de cair nos braços do Morfeu!
Imagino o que, hoje, ele estaria aprontando. Continuaria a ir a todas as festas? Dúvida nenhuma. Convite feito, convite aceito. E um estoque ilimitado de piadas acompanhando um estoque ilimitado de sede, numa vontade infinita de se alegrar. E nos alegrar.
Porém, tudo tem sua hora. Clichê dos clichês, não deixa de ser verdadeiro. A nós não foi dada a oportunidade de conviver mais tempo com ele. Mas nos foi dada a gratidão e a alegria da sua presença por muitos anos. Ele é inesquecível e viverá nas minhas células, na minha memória, no meu coração. Ele foi a razão de ter sido criado esse blog. Assim como o seu inspirador, esse canto me alegra. Me dá chance de falar, mesmo que para poucos, das marcas que trago. Gostaria que esse espaço se transformasse, pelo menos hoje, em lugar de alegria e conversas. Como as que ele gostava de participar.  Quem desejar, escreva uma mensagem, uma estória, uma lembrança. Vamos organizar uma festa virtual para quem, realmente, deixou muita saudade!




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Checklist





Todo mundo (“Facebookers”, alguns familiares e colegas) sabe que ontem foi meu aniversário.
Quase todo mundo (“Facebookers”, alguns familiares e colegas) desejou que meus sonhos se realizassem.
Então, bora fazer a lista e ir ticando.
Claro que é a listinha básica. Aqueles desejos meio difíceis utopia: paz na Terra, saúde 100% ( 50 anos, gentem!), ganhar na Mega Sena, emagrecer sem dieta e exercício, etc., esses, eu nem ouso listar.
Só desejos lado B, sabe?

- Tomar banho de banheira cheia de espuma;
- abraçar um elefante;
- enfeitar minha casa com tulipas;
- cantar no karaokê;
- fazer picnic com toalha xadrez, cesta de vime e vinho gelando no riacho;
- “fazer anjo” na neve;
- dar um passeio de helicóptero;
- nadar com golfinhos;
- usar um vestido de paetê;
- ir a um show do Paul Mcartney;
- aprender a tirar fotos
- conseguir acaba de ler Ulisses
- ficar feliz.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Mais uma volta em torno do sol




Aqui estou, com mais uma volta completada ao redor do sol. Cinquenta vezes eu cumpri o rito e confirmei a promessa surgida lá em 1962. A promessa de mais um ser humano entre os bilhões nesse planetinha anil. Completar a volta não é retornar ao início. Isso acontecerá ainda, mas se em breve ou muito mais tarde, é mistério indecifrável.
Por vezes eu caminhei às cegas, já corri insanamente, já me arrastei desconsolada, mas no geral o passo foi pulado miudinho.
O sol que me referenciou o caminho é da mesma poeira que me compõe. Sinto-me sua irmã e reparto com ele a mesma esperança: Continuar a irradiar meu ser.
Essa jornada em círculos (em espiral, quem sabe?) vai deixando uma poeira de lembranças, desejos, encontros, lições aprendidas, muitas mais a aprender. Como no lindo  Rei Leão, o Ciclo da Vida.
O mais importante é que não caminhei sozinha e a poeira depositada nesse caminho, composta do pó de tantos que repartiram o calor do sol comigo, tem marcas que são impossíveis de apagar. Cada grão ensolarado me completa e me faz ser o que sou. Ou me inspira a tentar ser o que quero. É um privilégio estar aqui. É um dever ser grata.
Vida, muito obrigada!








quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tia Lucinha



O que dizer a uma pessoa que viu você nascer e que, desde então, te acompanha, te respeita e da carinho?
O que falar a alguém que dividiu com você as alegrias, os dons e os exemplos? A quem te ”carregou”, como vela, nos passeios de namoro pelas, então, desertas e distantes estradas de Sarzedo, ao som de Steve Wonder?
Como se referir à pessoa que te confiou (uma criança ainda) segurar o primeiro filho e te elegeu “Madrinha de Carregar”?
Com qual expressão sorrir de quem "duvidava" de maneira tão, digamos, original?
E ao relembrar das tantas viagens, das festas, dos bailes com calça toureiro e blusa de mangas bufantes ou do vestido preto enfeitado de pedrarias, das comidas mais saborosas e do enxoval carinhosamente bordado, o que dizer?
Que palavras sussurrar ao recordar a tristeza da mãe mais corajosa que perdera o seu fruto?
Por tanto viver, tanto querer bem, pelo carinho maior, falar o quê?
Eu só penso em “muito obrigada”, “felicidades” e , tia Lucinha, “eu te amo”!






segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Nem aí...(the movement I need is on my shoulder )



Está na hora. Passando da hora.
Nem peço licença, educação não é isso.
Que lei é essa a me prender, dominar?
Minha, não é. Na verdade, nem existe.
Talvez eu tenha acreditado demais nos críticos de “plantinha”. Tenha ouvido em excesso as regras alheias. Na minha consciência importada. E me deixado levar...
Que me importa quem não gosta do meu jeito?
Que me preocupa quem não gosta da minha voz?
Tanto se me da quem não suporta o meu riso.
Quem me acha feia.
Que me julga insuficiente.
Não estou aqui para esses.
Não faço caso dos rapapés, nem dos afagos nas costas. Não mais! Nem dos beliscões, nem das rasteiras. Chega!
Estou, centímetro por centímetro, conquistando o direito de ser eu. Quilométrica busca, mas eu chego lá.
Perfeição não é meu horizonte. Unanimidade tampouco.
Espero apenas me conquistar tanto, que eu tenha ciúme de mim.
Que eu me preze o bastante para me dar uns agrados.
Que eu bata o pé: aqui estou! Eu valho. e eu mereço e me basta contentar a mim própria.
A minha palavra vale o som, o tom e o conteúdo.
O meu corpo vale o espaço que ocupa.
Minha dignidade é legítima. 
Meu ridículo tem sua validade. 
Minha tristeza merece cada lágrima.
Minha compaixão tem sido aproveitada.
Eu gosto muito disso tudo. Que me define. Me fortalece e conforta.
Quem mais pode mergulhar nessa alma e se sentir em casa? Quem mais pode ter conforto nos pensamentos mais insanos? Que pedir mais? 
Coragem!
Para continuar me apossando das minhas verdades e dos meu quereres.
Para convidar quem pretenda seguir comigo (e não me plante cercas). 
Não me julgue que é perda de tempo. 
Aplauso ou vaia: o mesmo peso. 
Sei de mim.