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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Feliz Ano Novo!



Aqui não é conto de fadas.
Ninguém acredita que, entre a última badalada de 2015 e a primeira de 2016, uma magia acontecerá e o príncipe aparecerá, a bolsa se encherá de moedas de ouro, a neve derreterá para libertar o pé da formiguinha, a poção mágica recuperará a saúde, os inimigos se abraçarão comovidos e o tapete voador estacionará a alguns centímetros.
Não.
Não somos tão inocentes.
Mas nos preparamos tanto pra esse momento!
Acho que é porque, talvez, em algum meandro que nem Freud descobriu, lá, dentro do ovo, dentro da caixinha, dentro do baú, dentro da concha, no fundo do mar, protegida pelo maior dragão já existido, fica a vela da esperança. Que não é esperança da magia, mas a esperança da força de cada um.  De resistir ao que nos opõe e superar nossos desafios. Nos empurrar ao primeiro passo para o esforço de nos transformarmos no que gostaríamos de ser, desde que não aniquile o que já somos. A nossa essência. Sermos menos carrascos de nós mesmos e nos darmos a chance de sermos amados sem subterfúgios. Não precisarmos esconder nosso afeto e não despejarmos nos outros as nossas frustrações e dores.  Conseguirmos enxergar nossa mesquinhez para podermos combate-la. E aceitar a mão de outra pessoa sem pensar que é humilhante. Termos ousadia de viver autenticamente, sem a tutela de outros. Confiar na nossa bondade sem precisarmos de ordens.
Inventamos o Tempo para nos darmos a chance de um recomeço. Um marco para nos colocarmos diante dos nossos insucessos e vislumbramos a oportunidade de corrigir o rumo. Pode ser que este seja um dos poucos momentos em que estamos, realmente, conscientes do Presente. E, como não poderia deixar de ser, desejando mais.
Ah, humanos!
Tão diferentes e tão iguais! Espero que a igualdade nos permita a união. E que as diferenças nos permitam a adaptação. Projetarmos um futuro e vivermos o agora, porque a outra badalada pode não acontecer.
Feliz ano novo. Felizes novos nós.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Oferecimento

Claro que eu desejo um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de alegrias!
Mas, no fundo, no fundo, o que eu quero oferecer...sou eu.
Não que eu seja “grands coisa”, mas porque estou, efetivamente, disponível.
Quero me oferecer para curtir, na vida. Curto com muita sinceridade!
Eu, realmente, me importo. Com o seu sorriso, com a sua conquista, com a prece.
Eu sei que sou preguiçosa e que, na maioria das vezes, mesmo querendo estar perto, eu fico, mesmo, entocadinha em casa. Mas minha alma se arrumou, perfumou e pegou 2 ônibus para estar pertinho de você.
Ofereço a minha solidariedade. Eu sofro pelas pessoas que trombam nas portas de vidro. As pegadinhas me inspiram risos nervosos. Mais de pena e preocupação. O ridículo anda muito parelho de mim, para eu achar graça.
Estendo o meu contentamento por cada concurso aprovado, bebês enrugados fazendo careta nas maternidades e curas agradecidas. Porque eu torço pela superação das doenças e me acabo quando a vida cede. Mesmo sabendo que é finita, a existência sempre me flagra querendo mais tempo e mais oportunidade de permanência nesse vale de lágrimas. Talvez porque eu saiba dos sorrisos e das carícias.
Perdoem da minha intromissão não solicitada! Desculpem a minha falta de noção.  É que, quando eu assustei, já tinha dado o sorriso. Quando dei por mim, já tinha puxado assunto com quem nem conheço.
Tenho por testemunha a boa-fé. Sempre enxergo a cor mais viva e o som mais alegre. Careço da desconfiança, mesmo que ela se esgueire sub-repticiamente.
É claro que não sou nenhuma Cândida. Mas eu juro: na infância tentei trazer à razão, o demo.
Então, em 2016, eu ofereço o meu melhor: aquela que ama os animais e as gentes, que aprecia uma rodada de Chopp ou chá; é chegadinha numa festa de família e tenta ser útil no trabalho. Uma chefe que valoriza mais o exemplo que a ordem. Tenho problemas com a temperança, mas se ela se acumula nos quadris e na pança, é só uma rima lamentável. Vamos abafar o resto, porque aqui não é confessionário.
É claro que eu desejo um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de alegrias!
Mas vejam: eu não apenas desejo: eu me ofereço para, juntos, construirmos essa felicidade com empatia. Estou pronta a doar minha compreensão e afeto para minimizar o sofrimento dos seres.
Então, imaginem a luz, a cor, o som e o ritmo no mesmo diapasão da boa vontade. Sou eu. Ou o que eu pretendo ser em 2016 e, pelo menos, que a coragem não me abandone, porque não gosto de ser desmentida. Um pequeno orgulho, ranço de um ano muito complicado.
Assim seja, beijos,

Flavia!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Quem é?




Que estaria fazendo 84 anos?
Que alegrou a vida de tantos?
Que brigou tanto?
E contou tanta piada?
E comeu com o melhor apetite?
E bebeu com tamanha sede?
E comeu todas as frutas?
E abusava da pimenta?
E tinha as unhas mais nojentas do mundo?
E não estava nem aí?
E que usava o uniforme mais informal de todos (bermuda, sem camisa e chinelo)?
Que trocava QUALQUER coisa por uma pescaria?
Que era o primeiro a chegar nas festas e o último a sair?
Que chorou e riu com a mesma sinceridade?
Que tentou, com muito empenho, estragar os netos?
E apelava no carteado?
Cujas mãos eram sábias?
E o espírito era de criança?
Foi o Rei das Gambiarras?
Contava os melhores casos?
E só queria se fosse com queijo?
Foi embora muito cedo?
Deixou um buraco no meu coração?
Feliz aniversário, papai!