Eu aceito o frio de hoje, mas que ele venha colorido.
Aceito a ausência, mas que ela me conte uma história.
Eu aceito a briga que termina em beijo e abraço.
Eu aceito o grito, acompanhado de guitarra, baixo e bateria.
Aceito o fogo se a fumaça cheirar a alfazema.
E a sede, caso venha ao por do sol.
Aceito o adeus, com relutância e o olá, com alegria.
Pode acontecer a fome e a lágrima embaladas em lã branquinha que eu dou meu peito. Sorrindo.
Não renego a lama nem o pó do caminho, meus pés estão descalços.
Acolho a presunção inocente e o orgulho encabulado.
Até mesmo a dor eu pego, se ela vem coberta de mel de flor de laranjeira.
A culpa é bem vinda, latindo e abanando o rabo.
Aceito a estupidez bem humorada.
Aceito o mau gosto carinhoso, o ridículo bem intencionado e o esquecimento sincero.
Recebo a fadiga e o suor com sais perfumando a água.
Aceito a manha com saia de xadrez.
Admito a perfeição com a Angelina.
Aceito a vaidade com batom e Chanel n.º 5.
Aceito a mentira aconchegante com chá e biscoitos amanteigados.
Eu aceito qualquer coisa, desde que não venha sozinha.
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