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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Desejos


 Nesse Natal, quando eu acordar sabendo falar, pelo menos, seis idiomas (Não pode ser 7, que é conta de mentiroso e eu também quero acordar a pessoa mais autêntica e verdadeira do mundo) todas as pessoas, ainda assim, continuarão gostando de mim. Um tipo de Bônus.
Trinta quilos mais magra, mas sem pelancas, encontrarei um cartãozinho de garantia extendida da boa forma,independentemente do que eu coma, e com o selo de autenticidade do Procon.
(Uma lágrima rola pelo cantinho do olho).
Obviamente, vou ficar ma-ra-vi-lha-da por ter conseguido ler o tal cartão sem os óculos e ainda mais,  vou conseguir enxergar também de longe sem os ditos cujos.
Pretendo ser surpreendida pelo sorriso mais branco e e cintilante do universo: o meu - quando for correndo me olhar no espelho. By the way, a corrida não me provocará taquicardia como habitualmente.
A banheira estará cheia de espuma, a água na temperatura perfeita e pétalas de alfazema espalharão um perfume sutil no banheiro.
Vestidinho florido, sandálias combinando, desço para o encontrar a família.
No meio daqueles pacotes todos que estarão debaixo da árvores de 2 metros de altura, sairá correndo uma gatinha com um laço de fita enorme em volta do pescoço. Ela foge do cachorrinho com cara de sapeca que insiste em mastigar o laço.
A bagunça será completa. Aquele tanto de gente rindo e conversando enquanto a música toma conta da casa e o cheirinho da torta de maçã se mistura com o das rabanadas e o dos panetones.

Quer saber?
Não rola...
Nem no sonhar eu estou conseguindo alguma satisfação.
Eu quero é um pouco de coragem para encarar a vida real. E um pouco de desapego das materialidades. Pode ser um bocado de sabedoria para começar a construir uma vida mais saudável em vez de esperar que a saúde venha correndo atrás de mim?
Que tal pensar mais nos outros e esquecer um pouco do umbigo aqui?
Pois é, Flávia, tome tento e assuma: o Natal é um dia qualquer.
De preferência aquele em que se descobre quão pequenos nós somos e quanto precisamos uns dos outros.
Natal não é seguir a estrela. É olhar para o lado.
Bom Natal, gente!

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