Era pequena e acreditava no capeta.
Tentava converter o danado. Pedia para ele “largar mão” de ser
malvado, pedir perdão a Deus e andar no bom caminho.
Acreditava, também, nos ‘Era uma vez...’ e nos ‘Felizes para
sempre’. Chorava nos filmes da Sessão da Tarde e ficava horas na frente do
espelho tentando descobrir onde estava escondida a minha beleza. Vai que eu
achasse!
Eu tinha cer-te-za que o bem triunfava no final. E que bastava
acreditar ’com força’ que alcançaria o que desejasse. Se não tinha conseguido
era porque ainda não tinha desejado forte o suficiente.
Havia uma velhinha muito...velhinha, que morava, sozinha, perto de casa, numa casinha pobrinha. Juntei
uma turminha de amigos e fomos limpar a casa dela. Eu tinha, mais ou menos, 6
anos de idade.
Lembro de uma vez que o meu cachorro atacou um gato. O
bichano estava moribundo, sofrendo horrores e pedi pro Papai para levar o
bichinho ao veterinário. O Papai falou: “- Tá louca? Vê se eu vou gastar
dinheiro com isso!” Eu respondi: “- Pois eu vou vender minhas joias pra pagar a
consulta!” (2 anéis chapeados!). Corri pra dentro de casa e, quando voltei com
o tesouro, o gato estava morto. (Até hoje desconfio do Papai).
Eu brigava na rua com carroceiro que espancava o cavalo.
Eu chorava nos filmes da Sessão da Tarde.
Já contei? Ops!
Todo ano eu jurava que ia estudar muito e ser cuidadosa com
meu material de escola. Durava pouco, mas eu era sincera.
Sentia muito remorso por sentir preguiça e rezava pra mudar.
Com muito fervor.
Éramos crianças e, um dia, a Adriana, minha irmã, cortou o pé
com um caco de vidro. Fui com ela no colo até em casa. Era longe. Eu brigava
com ela, direto. Foi um baita
sacrifício!
Estava indo pra aula e vi um cachorro arranhando um portão,
querendo entrar na casa. Eu abri o portão (que era de grade) para ele entrar.
Ele entrou. E me mordeu!
E por aí vai... Se o Universo fosse justo eu já tinha
acertado a Mega Sena acumulada.
Contem aí suas boas ações. Pode ser que a gente divida o
prêmio.
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