Alguns dizem que eu sou feia, outros, que eu sou bonita e
outros dizem que não se importam.
Alguns acham que sou inteligente, mas outros me chamam de
burra e tem quem fale que estou na média.
Tratam-me de “você”, porque eu sou muito nova e me chamam de
“senhora” já que sou velha.
Tem gente me chamando de gorda e tem gente que acha que “nem
é tanto” e ainda quem me jogue um “gostosa” na frente da construção.
Sou rotulada de progressista por uns e de herege por outros.
Sou criticada por rir demais e por reclamar demais, quem
entende?
Se quero participar, uns acham que é muito bom enquanto
outros falam que é para “aparecer”.
Se eu choro sou uma “manteiga derretida” e se não choro sou
insensível.
Se luto por alguma causa, me dizem que é falta do que fazer.
Se não me engajo em alguma luta sou alienada.
Se exponho meu ponto de vista, sou intrometida. Se me
reservo o direito de não opinar, sou omissa.
Ao assumir minha autonomia, sou egoísta, mas quando tenho
dúvidas, sou fraca.
E eu?
Eu escolho a quem dar ouvidos: minha própria consciência.
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