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sexta-feira, 4 de março de 2011

Tudo Começou num Carnaval!



Era uma vez, numa época remota na linda cidade de Belo Horizonte, então conhecida como Cidade Jardim, um rapaz muito simpático e muito noivo chamado Fábio Tunes. Acreditem, aquele descendente de italiana e português, tocava tamborim em um bloco caricato chamado Os Bocas Brancas da Floresta - o que comprova que de batuque ninguém pode tentar entender. E já que falamos de Brasil, mesmo no pacato estado de Minas Gerais, tinha chegado o Carnaval!
Naquele tempo o Carnaval tinha outra cara: a serpentina não matava, o lança-perfume só perfumava, e o verbo era brincar o Carnaval, não, se acabar. As pessoas se fantasiavam em vez de se uniformizar com os abadás da vida... Enfim (mesmo não estando no fim da história), quero deixar bem claro, o Carnaval tinha mesmo outra cara.
Nessa mesma época, havia uma mocinha muito simpática e graciosa e bonita e sapeca chamada Olga (Olguinha para os amigos) que havia fugido de casa para brincar o Carnaval (entenderam o sapeca?).
É que naquele tempo, para uma donzela ir para uma balada exigia uma operação mais ou menos complicada: tio/tia, irmão mais velho - de companhia - , vizinha implicante e fofoqueira espreitando pela janela, mocinhas à beira de um ataque de nervos planejando fugas espetaculares, pais severos que proibiam as filhas de tudo que poderia fazê-las "faladas", mães que se ajoelhavam com um terço nas mãos pedindo para a Quarta-Feira de Cinzas chegar logo, etc.
Foi assim que num suave sarau animada folia de 1960, se encontraram os nossos heróis. Ela, vestida de Peter Pan; ele, com a cara pintada de preto, boca pintada de branco, camisa listrada, por aí. Entre martelinhos de plástico, confetes e samba legítimo, começou uma paquera (ancestral da azaração) que: detonou um noivado (nosso irresponsável simpático mocinho não voltou à casa da noiva nem para dar tchau ou qualquer satisfação), um ano depois se transformou em casamento e cujo um dos três frutos lhes escreve nesse momento.
Os carnavais vieram e se foram. Inúmeros. Mas aquele foi especial. Que inexplicável e maravilhosa é a vida! De atos subversivos surgiu uma união - tempestuosa, mas união.
Eu nem sou muito chegada em Carnaval, mas posso me considerar uma filha legítima da mais brasileira das festas, sou descendente da folia!

6 comentários:

  1. Muito bem contada a historia de nossa origem. Tambem nao gosto de carnaval mas... Bjo

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  2. Só elogios pra vc, Favrinha...
    Sensacional esse post!!
    Bjo grande!!!

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  3. Já ouvi esta estoria, inclusive acontecida no mesmo ano 1960.
    Só muda os nomes Blocoimigrantes da Abissinia.
    O casal apaixonado era tonibho chapinha e carminha. sera que seua pais se lembram dese casal?

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    1. Prezado Anônimo, parece que Carnaval é uma época ótima para desfazer noivados sem futuro, né? Infelizmente meus pais já não estão aqui, nesse nosso planeta. Espero que O Toninho e a Carminha estejam e cheios de saúde! Obrigada por comentar!

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  4. Éramos para ter em BH, um belo desfile na Afonso Pena desses que eram os verdadeiros blocos caricatos que saiam tocando suas baterias dos bairros até chegarem para o desfile. Era no SÁBADO DE CARNAVAL. Hoje estão aí novamente e poderiam estarem bem melhor. O órgão responsável pelo carnaval de BH, perdeu a grande oportunidade dos desfiles de blocos serem reconhecidos mundialmente como já estava sendo e ficando famoso. Avacalharam, verbas fajutas; estrutura amadora e aí deu no que deu. Em toda cidade importante desse país, tem um tradicional desfile de carnaval. Recife, Olinda, Salvador...

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    1. Isso me faze lembrar do samba do João Bosco: " Não põe corda no meu bloco, nem vem com teu carro-chefe..."http://youtu.be/MpUTXIYvfZQ
      Por um carnaval sem protocolo!

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