Enquanto fazia um bolo, cada xícara de açúcar me amargava a
lembrança das crianças palestinas aterrorizadas e massacradas pelo governo
israelense. Cada pitada de fermento me diminuía a fé por causa das dores das
mães na Palestina arrasada.
E o bolo ficou bom. Incompreensivelmente, pois meus
sentimentos eram muito, muito tristes.
Eu pedia, em pensamento, que aquilo tudo terminasse.
Uma caneca de café quentinho poderia reconfortar meu peito
angustiado, mas o que traria paz àquele canto do mundo onde o terror resolveu
armar o seu acampamento?
Eu, que já chorei tantas vezes, ao longo da minha vida, ao
ler sobre um povo que era, então, o perseguido, comecei a entender o porquê das
vendettas infinitas.
Mas é insano
continuar nesse caminho que só reforça a violência e justifica a dor.
Então, resolvi dirigir meu filme e imaginei o povo israelense (mostrando ao seu governo genocida que não é cúmplice da tragédia), se dirigindo
ao território atacado e protegendo o povo palestino (demonstrando ao seus
líderes terroristas que não é cúmplice da violência), se abraçando e apresentando
ao mundo atônito e aos aliados de parte a parte na ganância e na indiferença,
que o bem não é matéria de governos: é vontade dos povos.
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