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sábado, 15 de dezembro de 2012

Convite para uma festa virtual



Mais um dos 2.301 dias, ou seja, 328 semanas, sem a sua presença. Não é que eu tenha ficado fazendo as contas. É que foi criado um tal de Google que acha qualquer coisa que se queira.  Menos você, Papai. Você, a gente só acha bem dentro da gente. E acompanhado de risos, uma cerveja gelada, pimenta? “Aff, Maria! Só se for com queijo!”.
Nesse tempo todo, a saudade não diminuiu. O amor não diminuiu. A lembrança, também não.
Eu, inclusive, me lembrei de quando era uma criança e adorava inventar lugares inéditos para dormir. Já dormi dentro de uma banheira, na casa da vovó Geni. Já dormi dentro de gaveta de cômoda. Já dormi dentro de uma caixa que era usada para guardar roupa de cama  -dentro- e passar roupa à ferro -em cima- e que eu deixei queimar num dia em que fomos para Santa Luzia (na época chamávamos Frimisa) para visitar a tia Neuza. É que eu queria passar um lenço. Liguei o ferro só pra isso. E quando chegamos em casa, já de noitinha, sentimos o cheiro de queimado. Milagrosamente a casa não incendiou, mas o ferro deixou um buraco, no seu formato perfeito, na tampa de madeira da caixa, em todas as roupas que estavam no seu caminho  e na base da caixa. Só parou ao chegar ao chão! Pois a cada ideia “sensacional” que eu tinha de lugares para variar o sono, o Papai me apoiava. Sob os protestos inúteis da Mamãe, ele forrava com mil colchas, lençóis e cobertores, até ficar bem confortável. E lá ia eu, toda pimpona, inaugurar uma nova maneira de cair nos braços do Morfeu!
Imagino o que, hoje, ele estaria aprontando. Continuaria a ir a todas as festas? Dúvida nenhuma. Convite feito, convite aceito. E um estoque ilimitado de piadas acompanhando um estoque ilimitado de sede, numa vontade infinita de se alegrar. E nos alegrar.
Porém, tudo tem sua hora. Clichê dos clichês, não deixa de ser verdadeiro. A nós não foi dada a oportunidade de conviver mais tempo com ele. Mas nos foi dada a gratidão e a alegria da sua presença por muitos anos. Ele é inesquecível e viverá nas minhas células, na minha memória, no meu coração. Ele foi a razão de ter sido criado esse blog. Assim como o seu inspirador, esse canto me alegra. Me dá chance de falar, mesmo que para poucos, das marcas que trago. Gostaria que esse espaço se transformasse, pelo menos hoje, em lugar de alegria e conversas. Como as que ele gostava de participar.  Quem desejar, escreva uma mensagem, uma estória, uma lembrança. Vamos organizar uma festa virtual para quem, realmente, deixou muita saudade!




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