Mais um dos 2.301 dias, ou seja, 328
semanas, sem a sua presença. Não é que eu tenha ficado fazendo as contas. É que
foi criado um tal de Google que acha qualquer coisa que se queira. Menos você, Papai. Você, a gente só acha bem
dentro da gente. E acompanhado de risos, uma cerveja gelada, pimenta? “Aff,
Maria! Só se for com queijo!”.
Nesse tempo todo, a saudade não
diminuiu. O amor não diminuiu. A lembrança, também não.
Eu, inclusive, me lembrei de
quando era uma criança e adorava inventar lugares inéditos para dormir. Já
dormi dentro de uma banheira, na casa da vovó Geni. Já dormi dentro de gaveta
de cômoda. Já dormi dentro de uma caixa que era usada para guardar roupa de
cama -dentro- e passar roupa à ferro -em
cima- e que eu deixei queimar num dia em que fomos para Santa Luzia (na época chamávamos
Frimisa) para visitar a tia Neuza. É que eu queria passar um lenço. Liguei o
ferro só pra isso. E quando chegamos em casa, já de noitinha, sentimos o cheiro
de queimado. Milagrosamente a casa não incendiou, mas o ferro deixou um buraco,
no seu formato perfeito, na tampa de madeira da caixa, em todas as roupas que
estavam no seu caminho e na base da
caixa. Só parou ao chegar ao chão! Pois a cada ideia “sensacional” que eu tinha
de lugares para variar o sono, o Papai me apoiava. Sob os protestos inúteis da
Mamãe, ele forrava com mil colchas, lençóis e cobertores, até ficar bem
confortável. E lá ia eu, toda pimpona, inaugurar uma nova maneira de cair nos
braços do Morfeu!
Imagino o que, hoje, ele estaria
aprontando. Continuaria a ir a todas as festas? Dúvida nenhuma. Convite feito,
convite aceito. E um estoque ilimitado de piadas acompanhando um estoque
ilimitado de sede, numa vontade infinita de se alegrar. E nos alegrar.
Porém, tudo tem sua hora. Clichê dos
clichês, não deixa de ser verdadeiro. A nós não foi dada a oportunidade de
conviver mais tempo com ele. Mas nos foi dada a gratidão e a alegria da sua
presença por muitos anos. Ele é inesquecível e viverá nas minhas células, na
minha memória, no meu coração. Ele foi a razão de ter sido criado esse blog.
Assim como o seu inspirador, esse canto me alegra. Me dá chance de falar, mesmo
que para poucos, das marcas que trago. Gostaria que esse espaço se
transformasse, pelo menos hoje, em lugar de alegria e conversas. Como as que ele gostava
de participar. Quem desejar, escreva uma
mensagem, uma estória, uma lembrança. Vamos organizar uma festa virtual para
quem, realmente, deixou muita saudade!
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