Aqui estou, com mais uma volta completada ao redor do sol. Cinquenta
vezes eu cumpri o rito e confirmei a promessa surgida lá em 1962. A promessa de mais um
ser humano entre os bilhões nesse planetinha anil. Completar a volta não é
retornar ao início. Isso acontecerá ainda, mas se em breve ou muito mais tarde,
é mistério indecifrável.
Por vezes eu caminhei às cegas, já corri insanamente, já me
arrastei desconsolada, mas no geral o passo foi pulado miudinho.
O sol que me referenciou o caminho é da mesma poeira que me
compõe. Sinto-me sua irmã e reparto com ele a mesma esperança: Continuar a
irradiar meu ser.
Essa jornada em círculos (em espiral, quem sabe?) vai
deixando uma poeira de lembranças, desejos, encontros, lições aprendidas,
muitas mais a aprender. Como no lindo Rei Leão, o Ciclo da Vida.
O mais importante é que não caminhei sozinha e a poeira
depositada nesse caminho, composta do pó de tantos que repartiram o calor do
sol comigo, tem marcas que são impossíveis de apagar. Cada grão ensolarado me
completa e me faz ser o que sou. Ou me inspira a tentar ser o que quero. É um
privilégio estar aqui. É um dever ser grata.
Vida, muito obrigada!
Vida, muito obrigada!
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