terça-feira, 18 de maio de 2010
O Torcedor!!!
A Copa está chegando e, concordando ou não com o Dunga, lá vamos nós, coração mais apanhando que batendo!
Não bastasse a falta que o Papai faz para tantas outras coisas, ele foi um torcedor que era também parte do espetáculo. Meu Deus, quantas manias! Cruzeirense típico, sabia apoiar, mas sabia também criticar. Assim, se o time não estava lá essas coisas, ele dizia: “Essa desgraça desse time!”, trincando os dentes. Se o jogador acertava vinte passes e errava um: “Esse pustema”. Se o juiz errava (contra o Cruzeiro): “Lazarento, filho daquela!!!!”. Desse jeito, com um equilíbrio de admirar...
Assim como, sei lá - oitenta por cento? – dos torcedores das antigas, assistia aos jogos, escutando rádio!?! Até hoje eu não entendo isso. Será que no rádio o placar era outro? Sei que aturar o Galvão Bueno é dose, mas, pô, muda de canal, não?
Mas, o mais importante: ele achava que a sua pessoa contribuía ativamente para o resultado da partida. Se ele ligasse o rádio e o time adversário marcasse um gol, ele desligava o aparelho. O Papai acreditava nisso! E muitas e muita vezes, por coincidência, quando ele cedia à tentação e ligava o rádio de novo e acontecia outro gol... Ninguém pode imaginar a reação dele. Tinha que tirar todos os menores de idade e idosos mais sensíveis de perto: o palavreado era de constranger freqüentador do cais do porto.
Quando era mais novo gostava de ir ao Mineirão. Depois, ficou meio desiludido. Ou cansado, por que cada ida dele ao estádio era uma confusão. Todo mundo que acompanhou o Papai a um jogo tem uma história para contar. Antes, durante ou depois do jogo acontecia uma “fabada”. A melhor de todas é a do boné que está aqui.
Mas tem também da vez que ele foi a um jogo do Cruzeiro que estava tremendamente emocionante. Toda hora acontecia um lance e o Papai levantava. E cada vez que isso acontecia, alguém de trás, jogava alguma coisa nele para ele se sentar. O sangue começou a esquentar, claro. Mais ainda, né? Foi então que o Papai pegou o copo de cerveja (cheio) que estava na mão e amassou na cabeça do torcedor que estava imediatamente atrás dele. O camarada, todo molhado, ficou resmungando:
- Ô, Moço, eu não fiz nada, não!
- Não quero nem saber... e da próxima vez, alguém vai engolir o copo!
O Fabinho, que estava com ele, fala que não sabia onde enfiar a cara depois desse exemplo de esportiva!
Às vezes ele ia de ônibus. Às vezes, de carro. Numa ocasião, o Cruzeiro deu uma (outra) surra no Atlético e o Papai, todo eufórico, pegou o ônibus junto com outros torcedores na maior farra! Quando chegou em casa, ele lembrou que tinha ido pro Mineirão de carro! Teve que voltar lá e contava que ficou até comovido: o carro lá, sozinho, bem no meio do estacionamento...abandonado!
Tem muitas mais... Mas, hoje, eu ficou por aqui. Até!
Brasilsilsil....
Foto: Tirei daqui: (http://oficinadegerencia.blogspot.com/2008/07/6-de-julho-de-1950-o-dia-do-maracanao.html)
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A melhor parte foi "trincando os dentes", essa foi otima.
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