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domingo, 18 de julho de 2010

Coisas que Aprendi


A Mamãe fazia aniversário dia 19 de julho. Em 1999, seu aniversário foi na véspera de sua morte. Por muito tempo eu me culpei por isso. Fui eu quem a levou para o hospital e, talvez, por não informar corretamente aos médicos o que ela estava passando, demoraram demais para descobrir a úlcera que supurou e acabou por provocar-lhe a morte.
Tema pesado para um blog que se pretende "de amenidades".
Mas é que eu preciso.
Preciso dizer que aprendi a me perdoar. Assim como aprendi a perdoar a Mamãe.
Não foi fácil conviver com alguém que tinha tanta consistência, tanto saber, tanto talento, beleza e força e que conseguiu se destruir tão persistentemente.
Ninguém sabia, nem ela, da doença que a consumia, hoje tão falada, tão difundida, tão banalizada: a depressão.
Por muitos e muitos anos ela foi "apenas" uma alcoólatra. Em certos períodos era doida, com direito a internações no Raul Soares e na Pinel. É claro que eu era criança e não pude interferir. Aprendi a perdoar outras pessoas, também. Todos tinham as melhores intenções.
A Mamãe também procurou caminhos que pudessem ajudar a superar um lado negro da sua vida. Ela procurou com fé: Seicho-No-Ie, espiritismo, umbanda, igrejas de variadas denominações. Seu problema era físico. Só descobrimos quando o seu organismo já estava demasiadamente desgastado por tantas agressões pelo cigarro e álcool. Ela teve o alívio de saber que o que provocava seus períodos "Hyde" não eram fraqueza nem falta de vergonha ou caráter. E eu tive a graça de poder dizer a ela o quanto eu a admirava e respeitava e amava. Agradeço muito a Deus por ter tido essa oportunidade. Pois fui muito crítica e dura com a Mamãe por quase toda a vida.
Mas aprendi, também, a tentar não julgar. Nem sempre sou bem sucedida. Julgamentos acontecem e eu tento enxotá-los. É que ninguém sabe o que vai dentro de cada um. Na juventude, tendemos a pensar que sabemos de tudo, temos superpoderes e estamos livres das fraquezas dos demais mortais. Que engano!
Aprendi que sei tão pouco!
Precisei aprender que muitos lugares-comuns só são comuns porque são verdadeiros. A verdade, na maioria das vezes é muito óbvia: a vida é uma escola. A vida é A Escola!
Preciso aprender a ser aluna humilde. Aberta aos ensinamentos. Porque, como mãe, sou também professora. Que eu consiga transmitir aos meus filhos a maior lição de todas: o amor. Amor à verdade, amor ao próximo, amor à vida, amor a Deus.

Mamãe, onde estiver, receba o meu profundo amor!


Foto: Acervo pessoal

sábado, 17 de julho de 2010

FESTA!!!


Puxa vida! Que tempão eu fiquei sem postar!
É que assumi meu "posto" na UFMG. Agora, trabalho em horário integral e ainda tinha que terminar várias atividades da faculdade. É uma barra! Não ter empregada e nem faxineira complica mais ainda. Mas como diz o ditado: piano, piano si va lontano...
E lontano eu vou achar assunto para constar aqui no blog. O assunto é festa! A tia Vera me ligou dizendo que está "agitando" um encontro da família. Que delícia! Quando a Vovó estava conosco, os aniversários eram a deixa para festas fantásticas.Novembro... bando de gente aniversariando... a casa da tia Iris lotada. Muita música, cantoria, piadas, comida e bebida na fartura. Era um deslumbre! Hoje, eu fico imaginando a raiva que os vizinhos deviam ter por causa da barulhada.
Um dia o Papai chegou falando que haveria um grande encontro da família. As "meninas" (no caso, tias Vera, Ismênia, Iris e Maria Virgínia), achavam um horror quando havia algum enterro, a animação do encontro com primos e tios um pouco mais distantes. Pois que houvesse uma ocasião para rever a turma toda, colocar as conversas em dia, contar os casos e confraternizar na circunstância apropriada! Pois a circunstância foi apropriadíssima: que festa! Ver aquele tanto de gente ali, com prazer genuíno, carinho profundo, alegria legítima, não tem preço. Inesquecível ver os abraços estreitos e os beijos estalados. Conhecer parentes que nunca havia imaginado, admirar uma família tão bonita! Quanta saudade!
É claro que em cada encontro será sentida a ausência de mais gente. Lógico que não faltarão as lágrimas que agora mesmo rolam por aqui. Mas não gostaria que morresse junto com todos esses que fazem tamanha falta, a oportunidade de se reforçarem os laços que são tão caros.
Eu sei que meus milhares de leitores não gostam muito de comentar aqui nesse espaço: são tímidos. Mas quem acha que a idéia é boa e está disposto a comparecer, levante a mão! Assim que eu tiver mais novidades, compartilho com vocês, viu? Bacio!



Foto: Acervo pessoal.