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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Não Sofrerão por Minha Causa


Que vergonha, né? Cheia de resoluções para o novo ano e tão vazia de postagens no blog... Mas vou compensar o abandono e dar mais atenção à esse espaço que comecei com tantas boas intenções ("meixmo" que o inferno esteja cheio delas)!
Houve motivos para a desacelerada: falta de tempo e falta de computador. O segundo, acaba de ser resolvido. O primeiro, vou ter que me virar. E como a gente vira! A última novidade é que acabei de virar vegetariana. Aboli as carnes da minha dieta (mas não da minha vida, fique claro: a turma aqui de casa se recusou a me acompanhar na nova jornada). Resolvi que alguém tão "bicheira" quanto eu não poderia ser incoerente e ignorar o sofrimento e a crueldade a que são submetidos os animais que frequentam - contra vontade - a nossa mesa. Recebi este e-mail. Não consegui assistir tudo. Chorei um bocado. Resolvi que nenhum animal passaria por isso por minha causa. Não está sendo fácil. Quando chego do trabalho passo em frente a uma lanchonete e o cheiro do bacon me cutuca o nariz, faz cócega no cérebro e encharca a minha boca de saliva. Mas, se eu consegui parar de fumar, consigo qualquer outra coisa. Abro um parêntese: O Papai falava que quando eu conseguisse parar de fumar, apareceria no jornal - na área do obituário - já que eu só pararia morta! Fecho o parêntese afirmando que estou vivinha!
O "polvo" aqui de casa não leva muita fé em mim, mas já faz 3 semanas que estou conseguindo, bravamente, manter minha convicção. Nota 10, com louvor! Nem peixe? Nem peixe, crustáceo, fruto do mar, marisco, lagosta ao thermidor, camarão na moranga, moqueca, srlurp (baba escorrendo)... nada!
Tem que ter humor para aguentar, né? Como disse um famoso (quem?): Comecei uma nova dieta e em quinze dias já perdi duas semanas!
Nada disso, estou me sentindo muito bem. E vamos que vamos que a frutas são maravilhosas, as verduras são...verdes, os legumes muito saborosos e a consciência vai muito bem, obrigada. Ah, continuo com ovos e derivados do leite.
Outra coisa, os comentários estão abertos a pitacos e dicas.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Aprendendo a Ganhar


Pois é...
Depois de um textinho um tanto quanto pretencioso (o Frederico disse "um saco") do último post, vamos a um português mais "segunda à sexta-feira" e falar de um assunto bobo, chato e feio: Idade e trabalho.
Nem todo mundo sabe, mas depois muitos anos em uma empresa, fui demitida quando retornava de um longo afastamento por causa de um acidente doméstico. Sem julgamentos, aqui. A questão é que depois de uma certa idade a recolocação profissional pode se transformar em drama. Pode, não.Vira mesmo!
De repente, com minha capacidade inteiraça, gás total e necessidade bombando fui sendo defenestrada de empregos cada vez mais medíocres com salários cada vez mais...menos, digamos. Eu não pulava de um emprego para outro. Eu caía de um lugar para o outro, carregando frustração e ainda sorteada com humilhações. Podem crer que não é bolinho ser demitida, ser chamada de incompetente por não me adequar a uma linha de produção à la Tempos Modernos em que o lema é "produza mais e pense o mínimo" e para qual fui contratada para vender rolamentos e o único produto que não havia em estoque era... rolamento!
Isso deixa marcas. Ainda mais em uma pele que, se ainda não virou pergaminho, já perdeu o viço dos 20 aninhos, ora se perdeu!
Para conseguir recolher os caquinhos do orgulho dispersos aqui e ali, olhar para o marido, filhos e outros familiares sem pestanejar e tentar convecer a alma de que você ainda tem remédio é preciso muuuita força! Usando uma expressão bem batidinha, a gente se sente o próprio bagaço de uma fruta.
Que mercado de trabalho é esse? Que sociedade é essa que discrimina o velho? Mesmo o velho que nem é tão velho assim? Que falta de respeito é essa que descarta uma bagagem inteira de experiência, vivência e capacidade? Que molde está sendo feito para nos enquadrarmos e que fica obsoleto tão rápido? Quem é que determina que invejáveis são os heróis feitos de carne malhada e silicone que lagarteiam e "jogam com tanta competência" sob dezenas de câmeras e milhões de telespectadores? Como descartar quarentões, cinquentões e outros "ões" disponíveis, dispostos e capazes, não de ganhar a vida, mas de trabalhar e contribuir para a sociedade?
Hoje, mesmo que financeiramente não esteja lá essas coisas, a auto estima está íntegra e invejável a disposição. Não é sacrifício algum, pelo contrário, sair para o trabalho diariamente e perceber quanta coisa está sendo e ainda mais pode ser feita. E planejar a carreira e ter voltado a estudar, e ser requisitada para mais e mais contribuições, e ser admirada pela família, respeitada pelos colegas e elogiada pelas pessoas a quem sirvo... é para agarrar com as duas mãos (mais, se tivesse) e tentar fazer sempre melhor.
Eu não sou a única. Quantos esperam uma chance! Inúmeros são os que se afundam em desesperança e acabam por submeter-se a uma vida(?) insatisfatória e deprimente.
A idade não incapacita, apenas exige adaptações. O mundo é tão vasto, disse o Poeta, e inúmeras deveriam ser as oportunidades. Infinitas podem ser as portas por onde entrem os que querem e precisam trabalhar.
O tempo faz apenas trocas: perde-se um grau nos olhos e ganha-se quilos de sensibilidade. Adquire-se algumas rugas enquanto diminui a ignorância. É a balança da vida.
Só fica no prejuízo mesmo, quem desistiu de ter fé no ser humano.

Imagem: http://quiprona.wordpress.com/2009/06/20/momento-poetico-e-filosofico/