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terça-feira, 23 de março de 2010

Roda Federal


Minas são muitas.
Eu também.
Aliás, precisamos ser, hoje em dia. No trabalho, marco minha posição com responsabilidade, disposição em aprender e a ensinar a aprender. Em casa, procuro manter o equilíbrio entre firmeza e liberdade; carinho, sem melodrama. Na faculdade, estou me readaptando - depois eu conto. Nas lojas, tento, com afinco, que acreditem que tenho condição de comprar alguma coisa e que (pelo amor de Deus!) - me atendam. No condomínio em que moro, espero conseguir parar de ser essa louca que grita e briga no apartamento e me transformar numa lady e ser uma vizinha bem discreta.
Perceberam a incoerência com a falta de "melodrama" aí de cima?
À mesa, prometo, todos os dias - e fracasso invariavelmente - comer devagar, mastigar bem os alimentos, não repetir e não ingerir líquidos junto com a refeição. Na rua, me concentro em não cair ao correr para pegar o ônibus. E é esse detalhe aí, que me trouxe o tema de hoje: eu não tenho carteira de motorista e por isso, sou refém da nossa querida BHTRANS. Se vocês pudessem me ouvir, estranhariam o ranger dos dentes e o rosnado.
Pois bem. Quando falei na Mamãe há alguns dias, esqueci de dizer que ela foi a pessoa mais perseverante que conheci. Ela "levou pau" em 16 (!!!) exames do DETRAN. Passou no 17.º, para a infelicidade do seu Chevette, coitado.
O Papai falava que quando ela aparecia no dia do exame, os examinadores tentavam disfarçar e sair de fininho:
_ Ih... Lá vem aquela "véia"!
Dizia que eles combinaram, na última tentativa:
_ Vamos ter que passar ela... a dona não desiste!
Foi assim que a Baixinha começou a aterrorizar as ruas de Belo Horizonte. Foi assim, que ela entrou na Via Expressa na contramão. E o guarda de trânsito teve que parar o tráfego para ela acertar a direção. E quando ele pediu para ela encostar e reclamou:
_ A senhora nem viu o tamanho da "praca"?
Ela simplesmente disse que não estava enxergando muito bem.
Ele nem teve coragem de multar!
Foi ela que me deu uma carona no dia em que eu estava atrasada para uma prova na faculdade. Mesmo eu alertando várias vezes para ela não perder a entrada que deveria pegar, ela passou direto. Quando eu falei que ela tinha deixado passar a entrada, a Mamãe, simplesmente, começou a dar ré na BR!!!!!!! (não posso usar a quantidade de exclamações que eu gostaria). Um motorista piedoso, atravessou o ônibus que dirigia, bloqueando o trânsito para ela acabar de cometer essa manobra. Tem necessidade comentar que essa locutora que vos fala nem soube em que idioma estava a prova, tem?
Era a própria Olga quem dava seta e virava imediatamente.
Motorista fechado:
_ (buzina disparada e palavrão)
Mamãe:
_ Sem educação!
Eu:
_ Mãe, a senhora deu uma baita fechada no cara!
Mamãe:
_ Eu dei seta, uai!
Eu:
_ A senhora dirige mal demais!
Mamãe:
_ Pelo menos eu não dependo de ninguém!
Bem feito!
Ela tinha toda a razão. O que não impediu, quando ela precisou vender o carro, milhões de suspiros aliviados lá em casa.
A Baixinha era fogo!

Foto: Acervo pessoal.

2 comentários:

  1. A cada nova postagem inumeras lembranças sao despertadas. Risos e, as vezes, lagrimas. Bom d+

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  2. Essa foto foi quando ela e rodrigo foram ao paraguay? Quanta saudadeeeee!!!!!!!!!!!

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