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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desculpa aê!


Eu me pego de surpresa, algumas vezes. Flagrantes inescapáveis, desses de auditoria.
Alinho débitos e créditos para análise.
Enfim (como agora é moda, uso uma palavra que deveria vir no final para iniciar uma frase), um balancinho básico já que estou bem próxima de completar meio século.
Pois é, já fui mais nova, todos fomos! Se isso assusta, não constrange. E é coisa que uma dama não deveria confessar. Mas quem falou em dama por aqui? E por esse motivo, eu declaro: em relação a finesse é bom nem comentar muito. Minha discrição está mais para banda marcial que para camerata e ninguém pode me acusar de delicada. Falo alto e gesticulo que só. Minha voz é mais para esganiçada. Rio exageradamente - a oposição diz que é sinal de retardamento. Como muito depressa. Ando com passos curtos e afobados - a Bündchen não aprovaria, não. Tenho alguns problemas com a balança. Poucos. Uns 20 que, conforme a ocasião, nem aparecem: Ao telefone, por exemplo. Não dirijo. Quer dizer, depois de oito tentativas para tirar a bendita carteira e fracassar vergonhosamente, deixei pra lá. Porém corro o risco de ir parar, se não no oitavo círculo infernal, pelo menos no segundo do purgatório (do Dante) toda vez que vejo uma mulher dirigindo seu carrinho.
Oremos.
Meus dentes, ainda que originais, não perigam estrelar comercial da Colgate. Meu salário melhorou um pouco e só não vou citar o anterior para preservar o teclado de inundação.
Já fui muito mais animada no quesito forno e fogão - pelo menos no plano operacional. Mas os meus cabelos... Não mudaram na-di-nha! Minto. Já está pintando uma multidão grisalha na área. Ah! Estou perdendo de nocaute para a gravidade. Costumo cantar (alto e desafinado) quando faço minhas tarefas em casa e, para desespero geral da nação, tenho um repertório pra lá de eclético: Do rock às canções italianas anos 60 e com sotaque digno de Passione. Cumprimento e converso com pessoas estranhas na rua, nos ônibus, anywhere!Por outro lado, minha consciência está cada vez mais aguçada, assim como minha língua. Já não preciso agradar todo mundo. Exercito meu lado "cavalo de parada" com frequência. Estou deixando a casa suja quando estou a fim. Mas costumo esquecer as palavras mais banais. Alzheimer mode on? Sei lá. E o que é mais estranho é que, por tudo e com tudo, nunca gostei tanto de mim quanto ultimamente.

Crédito da foto: De alguém muito esperto de quem não sei o nome.

5 comentários:

  1. E eu continuo te dando os parabéns...e fico feliz por você estar gostando mais de si mesma...e acho ótimo saber que hoje, você deixa o serviço da casa incompleto...bem vinda à boa vida do desapego...com as tarefas do lar!!!Bjo grande!!

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  2. 10!!!! Vc ta cada dia mais "afiada" ops, sua lingua, né. Ótima semana (reduzida). Vamos ver qual será o próximo post. Bjo

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  3. Vocês me deixam contente com os comentários... estou também querendo um paparico de vez em quando!

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  4. Irresistivel!
    ...essa sua mania de brincar com as palavras feito colcha de retalhos: Cores nem sempre exatas porem tao precisas. Palavras tao bem encaixadas feito mao e luva (Machado de Assis-que Deus o tenha).Ler voce me deixou encantada feito magia de Merlim. Agora, te ler novamente sera' para mim como hora do recreio: voce se esvazia de tudo, brinca com o tempo e se empanturra de prazer. Bjs cheios de admiracao, Vania

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  5. Querida Vânia,
    Você não tem ideia da alegria que me proporcionou o seu comentário. Beijo cheio de saudade!

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